domingo, 15 de agosto de 2010

Paços Ferreira 1, Sporting 0


E começamos mal. Um Sporting sem garra, perdeu hoje na estreia da Liga Zon. O jogo foi como se adivinhava. Disputado a meio campo e com a decisão e pender para o Paços, num desfecho que se aceita.  O Sporting apresentou-se em 4-4-2, com Patrício, João Pereira, Evaldo, Nuno André Coelho e Polga; Maniche, Carriço, Valdes, Fernandez, Postiga e Liedson.

Duas novidades: Nuno André Coelho foi titular em vez de Zapater (passando Carriço para trinco) e Matias Fernandez rendeu Vukcevic. Francamente parecia que estávamos a ver o Sporting da época anterior. Jogo afunilado, laterais a não dar profundidade (João Pereira ainda ameaçou), sem largura (Valdes e Matigol muito ineficientes nesse aspecto) e a viver das movimentações de Liedson e Postiga. Nada de novo. Defensivamente a equipa parecia equilibrada, até ao primeiro ameaço de Rondon. Cruzamento da direita, e Rondon a ganhar o lance a Nuno André Coelho e a não acertar na bola.

O Sporting até teve as suas oportunidades. Matias isolou Postiga que frente a Cássio rematou para defesa destes. Novamente Postiga atirou a bola à trave após um cruzamento de João Pereira e Liedson na recarga, falha incrivelmente. Por fim Liedson rematou para grande defesa de Cássio. Também nas bolas paradas o Sporting teve as suas chances. Mas tudo sem ser fruto de brilhantismo, de movimentações colectivas, de combinações entre os jogadores. Os golos podiam ter acontecido mas não houve fluídez ofensiva.

Na segunda parte mais do mesmo. Mas com um Paços ligeiramente mais incisivo. Rondon ameaçou novamente, da mesma maneira e o Sporting não aprendeu a lição (sobretudo Nuno André Coelho). Á terceira foi golo.  O Sporting da segunda metade teve o lance em que Saleiro incrivelmente falha a baliza, e alguns lances de bola parada em que podia ter feito o golo, com algumas perdidas incríveis. Mas esteve longe de ser o mandão que Paulo Sérgio quer, não deu ideia de ter o jogo controlado e perdeu. Num desfecho que face ao que foi o jogo tem que se aceitar.

 

Análise individual:
Patrício: 2 boas defesas e evitar o avolumar do resultado. Continua a ser mal amado, mas sempre que vejo jogos como este, penso que se calhar ele é que tem mais razões para não amar o Sporting.

João Pereira: Os comentadores da TV adoraram o jovem Caetano. Mas João Pereira fez um bom jogo. Sinceramente, o opositor não lhe levantou grandes problemas e saíu bem a jogar. Mas fico preocupado quando a bola em vez de circular pelo meio sai pelo lateral direito e a fintar... É um problema. Tanto transportou a bola, que raramente desiquilibrou onde era necessário. No ataque.

Evaldo: O golo é pelo seu lado. Os cruzamentos mais perigosos do adversário também. E enquanto todos falavam de Caetano era dos pés de Manuel José que saía o perigo para o Sporting. Evaldo concedeu algum espaço que se calhar com este adversário era a única coisa que não devia ter feito.

Nuno André Coelho: No ar, imponente. A sair a jogar bom. Vê-se que é um bom central. Mas fica associado à derrota do Sporting por não comandar a sua àrea de acção. Rondon ganhou-lhe a posição na àrea 3 vezes. E numa fez golo. Resolve o problema da altura, mas precisa de concentração competitiva, porque os lances que perdeu revelam falta disso mesmo. Francamente, ainda assim, acho que fez por merecer nova chance.

Polga: Os Sportinguistas não gostam, mas olhem, fez um bom jogo. Deu o corpo ao manifesto (cortou com a cabeça uma bola que ia para a baliza) e ganhou todos os lances divididos. E com André Coelho, não fica tão vulnerável ao jogo aéreo.  Bom jogo.


Carriço: Defensivamente ocupou muitos espaços. ganhou duelos individuais ainda que tenha feito algumas faltas escusadas (ou melhor, lances que normalmente não são sancionados a um central na àrea, mas que a meio campo são sempre apitados). Mas esteve bem neste capítulo. Ofensivamente empancou o jogo da equipa. A bola dos seus pés voltava sempre para de onde tinha vindo em vez de rodar pelo lado contrário, e raramente conseguiu endossar a bola a Maniche (por esse mesmo motivo). Acho que pode ser uma opção em jogos mais defensivos, mas nunca pode ser ele a construir jogo.

Maniche:  Sofreu por ter Carriço como municiador, mas a verdade é que também não conseguiu iludir a forte marcação do meio campo do Paços. Jogo aquém do exigível. 

Valdes: Nulidade. Sempre que teve a bola nos pés, perdeu-a. A jogar assim é caro.

Matias Fernandez: Teve a habitual assistência para golo, que desta vez foi desperdiçada por Postiga. Passe magistral, só ao alcance de alguém com leitura de jogo e capacidade técnica acima da média. Infelizmente também teve os habituais lapsos que deixam qualquer treinador desesperado. Inclusivamente aquele lance em que perdeu a bola para Coelho na àrea do Sporting. E assim,  dificilmente se afirmará em equipa alguma.

Postiga: Teve duas bolas para golo claras. E não fez nenhum. O Postiga habitual. Boa posse de bola, boas combinações, bem a segurar jogo, inclusivamente boas movimentações... Mas tem que haver golo Hélder. E desta vez até teve azar, porque não foram más finalizações. Mas quando o azar é muito, deixa de ser azar e passa a ser uma probabilidade.

Liedson: Vai ser uma época dificil para o leve. E os Sportinguistas têm que se habituar a essa ideia. Teve duas bolas para golo e também não fez. Com a agravante que não cria o jogo que Postiga cria. E assim... francamente cheira a banco.



Vukcevic: Mais vontade do que Valdes, menos bolas perdidas. Podia ter cruzado mais bolas, até porque a certa altura parecia que lhe faltavam ideias para iludir os adversários. Ainda assim, provou que se calhar devia ter jogado de início.

Saleiro: O golo que falha é fantasmagoricamente incrivel. E está tudo dito.

Yannick: Será que o Tottenham ainda o quer? Bom, mais a sério, este campo não é para Yannick. Tem dimensões reduzidas e não potencia quem tem na velocidade pura a maior (única?) arma. contudo a abordagem dele ao jogo não foi a melhor. Verticalizou pouco o jogo, não centrou uma bola... E isso retira-lhe a efectividade que pode ter. Não sendo uma estrela (longe disso, porque não é versátil) certamente poderá ser útil ao Sporting em muitos jogos que peçam velocidade.

Enfim, derrota, mau jogo e assim estamos mal. Até podemos repetir a época anterior se não houver evolução. Ah, e já agora: Quando é que volta o Pedro Mendes??? Porque isso parece ser cada vez mais fundamental!

2 comentários:

  1. Bom post Vitor.

    Mas para o lugar do Pedro Mendes temos o Zapater.. é bom jogador!

    É preciso é que o inventor P. Sérgio não invente, face a redundância.

    Um abraço,

    Artur

    ResponderEliminar
  2. Leão Rampante!!!!! Ganda nick!! :))) Aquele abraço!

    Sexta feira quero-te ver aqui para as apostas. Aquele abraço!

    ResponderEliminar